domingo, 27 de março de 2011

As tendências que estão mudando a sociedade

Acabei de ler o livro de Faith Popcorn " o Relatório Popcorn" e achei tão bom e aplicável aos nossos dias atuais que resolvi compartilhar algumas tendências levantadas neste, e que são visíveis na nossa sociedade. Para quem não conhece, Faith Popcorn é uma "nostradamos" do marketing e atua em aconselhamento para empresas via análise de tendências. Vale a pena ler o livro, é instigador. Abaixo estão algumas ideias discutidas no mesmo:

Tendência 1- Encasulamento:
Essa tendência trata de um consumidor cada vez mais encasulado, refugiado em sua casa com medo do mundo cruel lá de fora (criminalidade, AIDS, poluição sonora, recessões). Esse consumidor quer paz e o desafio é achar formas de “tocá-lo” sem que o mesmo se sinta agredido. Este encasulamento, segundo Popcorn, também tem a ver com seu estado de espirito, de sua auto conservação. As pessoas querem seus casulos onde quer que vão. Elas desejam distanciar-se de tudo e encontram outras formas de se relacionar com os outros.
Tendência 2 – A Aventura da Fantasia
As pessoas querem, por alguns instantes, viver fantasias que as levam longe do mundo real. Querem coisas exóticas, misteriosas. Há uma busca por aventuras de forma a dar uma pequena escapada da sua própria vida e refugiar-se quem sabe de nostalgia.
Tendência 3 – Pequenas Indulgências
Não há uma ambição desenfreada, mas, desejo de se dar ao luxo de comprar pequenas coisas, caras, mas de grande valor emocional. Essas pequenas indulgências, satisfazem o ego, trazem felicidade momentânea. Isso não é constante, mas esporádico. É uma solução emocional sem ter que se culpar depois. São pequenos mimos, luxos que os consumidores se auto presenteiam por acharem que merecem.
Tendência 4 – Egonomia
O consumidor não aceita ser mais um no meio da multidão. Ele quer se enxergar no produto/serviço oferecido pela empresa. É necessária a sinalização que de o produto/serviço foi feito especialmente para ele. É a era da personalização. As pessoas querem coisas adequadas a sua personalidade, ao seu jeito de ser.
Tendência 5 – Sair Fora
Trata-se de juntar tudo e sair fora. A ambição desenfreada e o stresse do trabalho já não valem mais a pena. O que se quer agora é qualidade de vida. Sair da cidade grande, ir para o interior, montar seu próprio negócio, tudo a um ritmo mais lento. Talvez trabalhar de casa, ter seu escritório domiciliar. As pessoas querem mais do que nunca estar longe dos escritórios frios das empresas. E as empresas controlarão seus funcionários pela produtividade. Cada vez mais se quer afastar-se do estranho e aproximar-se mais da família, dos amigos, levar uma vida mais simples.
Tendência 8 – Consumidor Vigilante
“Estamos fulos da vida e não vamos mais comprar isso”. Essa tendência se configura pelo protagonismo de um consumidor que não aceita mais ser enganado com produtos/serviços que não têm qualidade ou que não condizem com o que anunciam. É um consumidor que se informa e pesquisa antes de comprar. E, pesquisa inclusive as boas práticas (ou não) da empresa a qual ele está comprando e, o qual é capaz de se revoltar contra uma marca e coloca-la no esquecimento. O desejo deste consumidor é que as empresas sejam mais humanas. Ele também quer ser ouvido pelas empresas e saber o que elas pensam. Segundo Popcorn, o que nos fará comprar um produto pelo outro é o sentimento de parceria como vendedor, com a empresa. Se ilustra ai um consumidor participante, cidadão e muito mais consciente.
Tendência 10 – S.O.S ( Salve o Social)
Se ilustra uma preocupação muito grande em relação ao futuro do planeta e ao nascimento de uma nova consciência individual, mas que se ligue ao coletivo pois ações isoladas já não são suficientes. Segundo Popcorn “ fazer o bem não é mais uma opção – é um dever”. O fato ilustra-se tanto por parte dos consumidores que estão mais conscientes em suas ações, separando o lixo, prestando trabalhos voluntários, como por parte das empresas as quais estão mais preocupadas com o social e ambiental.  O consumidor  está de olho nas ações das empresas e nunca tantas empresas passaram a se preocupar com o meio ambiente em suas ações. É o reconhecimento (por parte das empresas) de que a decência pode ser lucrativa. Esta tendência revela um capitalismo mais decente. É uma tendência de fazer o bem, de ser bom.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O que você está fazendo para Mudar o Mundo?


Gosto muito da Revista online Você S/A. Esses dias escutei um podcast onde se fazia menção à possibilidade de você mudar o mundo. Em um primeiro instante parece muito audaciosa, pretensiosa a ideia. Mas se fizermos uma pequena reflexão, veremos o quão possível e verdadeira é a proposição.
Já dizia Gandhi, “ você deve ser a mudança que quer ver no mundo”, ou seja, não espere um mundo melhor ou grandes mudanças se você não se propuser a fazê-las. Precisamos ser o maior exemplo do que pregamos e, aqui especialmente falando de nós comunicadores os quais “pregamos e vendemos” ideias, serve muito a citação de Gandhi.
Especialmente para aqueles que cuidam da reputação das organizações, o ideal de mudar o mundo deve ser verdadeiro, e não apenas uma bela mas falsa embalagem de venda.
 É a velha história, se cada um fizer um pouco, ou o possível, por menor que lhe pareça a ação, o mundo muda. Então, que não esperemos que a mudança venha de fora, e que o mundo seja um lugar mais belo enquanto formos apenas espectadores. E acima de tudo, que não tenhamos medo de expor (e colocar em prática) nossas ideias mais absurdas pois foram de teses assim, oriundas de pessoas chamadas de loucas, (Albert Einstein, Nicolau Copérnico, Nelson Mandela, Santos-Dumont) que a humanidade deu grandes passos. É claro que não precisamos ser nenhum Einstein, mas que nos proponhamos a fazer/ oferecer o que temos de melhor em nossas atitudes e ações.
Então, o que você está fazendo para mudar o mundo?


quarta-feira, 9 de março de 2011

A Importância de viver cada tempo da sua Vida

São vários os degraus que precisamos pisar, nos sustentar e subir para então vencer.
Temos consciência disso, mas ás vezes porém, a pressa da busca nos faz disso esquecer.
E nessa corrida incessante, voraz, e por vezes insana, não conseguimos ver que pulamos as etapas e, dessa forma, não conseguimos amadurecer como deveríamos em cada degrau, para chegar ao cume com toda solidez e consistência suficiente para permanecer e fixar raízes não vulneráveis a qualquer intempérie da vida.
Na ânsia louca do pódio, nos cegamos para as coisas imprescindíveis sem as quais a vitória não será mantida.
 Vivemos nos desafiando a pular o mais alto que pudermos e isso inclui saltar fases que são essenciais para nossa consolidação.
Na verdade, cada degrau nos dá um nível de amadurecimento e, quando pulamos um, ao final ele nos faltará, e a ausência deste poderá sobrecarregar e comprometer toda a nossa estrutura.
Não raro, por termos pulado um degrau - na ânsia louca do cume - caímos lá em baixo de novo para aprendermos que não é o tempo que nos amadurece, mas as experiências e peculiaridades vividas em cada período.
É saboreando e sofrendo a cada fase que sem perceber já estamos nos contagiando com o sucesso.
Saltando degraus, podemos até chegar ao pódio antes, mas com as hastes verdes, sem densidade, com pouca capacidade de florescer e dar frutos sustentáveis.
Qualquer vento pode nos arrancar e, vale lembrar que na altura do pódio ele sopra muito mais forte.
Na altura do pódio a vida não nos permite mais errar com frequência (não, sem  nos alfinetar cicatrizes doidas nas hastes)
No cume, já é mais difícil pegar outro norte e a cobrança é muito maior e sem dó.
E é necessário ser “muitos” mesmo sendo um só!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Por que Alguém Compraria Você?

Já que querendo ou não a programação do carnaval invade as telas, páginas, ruas nesses dias, achei oportuno escrever de destaque, multidão, brilho. Não, não vou falar de carnaval, mas em minha introdução, trago esse para fazer uma analogia à carreira pessoal. Em ambos, é preciso se destacar, brilhar, não ser apenas mais um ou uma na “passarela”. A competição é acirrada (concordo), alguns dizem também que é injusta. No final, quase sempre vence quem tem mais talento!
Vivo no mundo universitário e não me canso de ouvir (e presenciar) que lá fora é uma guerra por uma vaga e eis a questão: como se destacar, ser “o cara”, conseguir ser visto (a),  contratado, obter uma promoção, enfim crescer, ser assediado, e até bajulado (alguns adoram) enfim, como ser um referencial naquilo que faz? 
Tal qual no carnaval, é preciso ralar, no caso profissional, não na passarela, mas é necessário também estar preparado (muito) para que o júri, ou seja, os teus patrões, colegas, enfim teu network te vejam como o destaque na multidão.
Para ilustrar esse pensamento, trago o autor de um dos mais vendidos livros de marketing de 2010, Artur Bender, autor de "Personal Branding". Alguns dos principais pontos destacados pelo autor é que você precisa saber primeiro quem é e, principalmente, onde quer chegar e a partir dai traçar o planejamento para trilhar seu sucesso profissional, colocando seus objetivos no papel e analisando a progressão dos mesmos constantemente.
É necessário fazermos a famosa “fofa” de nós mesmos, ou seja, descobrir nossos pontos fortes, fraquezas, analisar as oportunidades em volta, olhar para traz e ver o que já fizemos que deu muito certo e o que deu errado e porque.  
Pode parecer forte a comparação de Bender quando ele nos compara com produtos e nos põe na gôndola do supermercado indagando quem e porque alguém nos compraria no meio de tantos outros produtos/marcas (profissionais). Mas o que ele quer dizer é que somos marcas e que nossas atitudes, escolhas revelam nosso e o desejo ou não de compra do nosso contratante - o recrutador. 
O fato é que devemos, segundo Artur Bender, construir um diferencial único (que ninguém tenha no mercado) e focar/especializar-se no que temos de melhor a oferecer, sem nunca perder o foco ou deixar de saber para onde estamos indo.
Diplomas, línguas, certificações, de nada adiantam se o profissional não sabe o que quer ou não usá-los a seu favor. Como diz Bender, em uma analogia ao mercado de trabalho, isso pode lhe dar a garantia de entrar no estádio, mas não de jogar a partida. 
É necessário (imperativo eu diria) saber enxergar as oportunidades onde muitas vezes os outros visualizam obstáculos, apontar soluções e encarar os desafios que poderão nos destacar.
O sucesso, segundo o autor, está na diferenciação. Então pense: o que você tem de diferente para apresentar? Você enxerga além ou se conforma com o estabelecido? O que está fazendo para demonstrar seu talento especial? O que lhe dá muito Prazer? Aquilo que você faria sem receber nada em troca. Como você gosta de trabalhar: em equipe, sozinho, em casa, por projetos? Por quê? Por quê trabalha em tal área, tal empresa? O que faz está de acordo com seus valores pessoais? Descreva seus valores no papel. Destaque os que nortearão sua marca
É isso que quer para sua vida? Pense a médio e longo Prazo. Se o incomoda a situação, mude. Analise cada obstáculo, barreira e trace metas para mudar. Enfim, construa sua MARCA PESSOAL!

domingo, 6 de março de 2011

O Mundo da Estradinha

Compartilho com vocês a minha crônica, vencedora do Festival de Comunicação da Unijuí. A escrevi inspirada no local onde nasci.


O MUNDO DA ESTRADINHA

Ah, agora me toma a lembrança daquela estradinha pequena, estreita, pacata, a qual fui transeunte em toda a minha infância e adolescência, naquele vai e vem constante da casa para escola, da escola para casa, na busca do saber da língua que hoje me proporciona libertação. Lá, eu ia presenciando diariamente o suscitar do sol, o desabrochar das flores do campo, cruzando com os pacatos moradores daquele lugar tão longínquo da tal civilização e, cerceado pelos murros que obstaculizam o acesso do tão almejado conhecimento, proporcionador da autonomia de um povo e uma nação. Hoje, distante da pacata estradinha, percebo como o mundo de lá (e não diferente de alguns "mundos" daqui), era tal qual um casulo, mas confesso que mesmo assim, sinto saudades eternas. Não somente por ser aquele o lugar onde nasci e aprendi as primeiras letras, porém também, pelo âmago da cumplicidade e simplicidade existente em cada coisa, pela autenticidade das relações humanas, por toda pureza impetrada nos atos de comunicação, em cada micro ambiente daquele povo: as conversas entre vizinhos, as festinhas da escola, os mutirões comunitários, os casamentos... Ah, também sinto saudades do sino tocando nos domingos, chamando para o culto, e naquele macro ambiente, aquela estradinha se enchia de gente feliz, contando da lida do campo, dos acontecimentos da semana, das novidades, fazendo planos...
Destarte, naquele mundo distante, de variantes lingüísticas e falas informais do “era boi”, “olha a verga brazino”, a vida ia passando, e aquela gente era feliz mesmo “distante do mundo”, aliás, talvez porque para eles, aquele era o único mundo conhecido. Nem o jornal por lá circulava, apenas o rádio e uma e outra TV preta e branca, se configuravam como a única fonte extra de informação e entretenimento, e, não raras vezes, o que dava assunto para o resto da semana. Nesta configuração, a vida fugia, sendo raptada em cada momento fugaz do tempo, que leva consigo, gradativamente, um pouco da vida de cada um, a cada sol poente.
 E, hoje, sob o horizonte de outro por de sol, distante a léguas da eterna estradinha da minha infância e adolescência, levadas pela fugacidade dos dias, e fora do casulo da implícita subordinação inevitável da cultura sobre o desconhecimento, vejo o quanto nos faltavam as “letras” naquele lugar. Éramos sem saber, alienados do pensamento alheio, não podendo assim, vislumbrar nada muito além daquela bela estradinha.
 Observando hoje, todo poder impetrado naqueles que “dominam a língua”, bem como, todas as características de um povo ilustradas na sua comunicação, gostaria de retornar à estradinha, na esperança de ver refletida na comunicação daquele povo que lá deixei, uma eventual libertação.