segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O que é Comunicação Estratégica nas Organizações

Garimpando meus arquivos da faculdade, encontrei essa resenha que fiz  (no primeiro semestre de RP) sobre o livro "O que é Comunicação Estratégica nas Organizações" de  Ivone de Lourdes Oliveira. Depois de concluida a graduação, com mais força posso entender, o quão verdadeira e profunda é a análise da autora. Por isso, resolvi compartilhar minha resenha. Ótima leitura para você!


      O QUE É COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA NAS ORGANIZAÇÕES

A sociedade contemporânea capitalista caracteriza-se pelo mundo globalizado e pelo papel predominante da tecnologia da comunicação e do conhecimento. Neste contexto, as relações sociais bem como as organizações exercem um papel distinto de antes, onde apenas o capital exercia um papel central, e assim, as relações entre organizações e trabalhadores eram muito mais verticais e assimétricas.
No contexto atual, surgem novos valores que norteiam o mundo das organizações e públicos. Graças à facilidade de informações e comunicação, as pessoas passam a cobrar mais e exercer a cidadania. A responsabilidade das instituições também aumenta. Destarte, estas precisam repensar sua atuação e interação com a sociedade em que se inserem.
 Hoje o trabalho não se caracteriza mais como uma atividade puramente mecânica, mas, uma ação que requer conhecimento. Este é mais importante para as nações do que o próprio capital financeiro. Nesta óptica, o trabalhador é desafiado a usar o seu conhecimento, participando ativamente da sociedade e contribuindo para com ela, bem como para com as organizações em que atua. Assim, é crucial para essas adotar novas políticas de interação com seus públicos. Neste cenário a comunicação organizacional se destaca e passa e ser inserida nas grandes decisões e estratégias.
O papel da comunicação organizacional vai desde a elaboração de políticas estratégicas de comunicação até o acompanhamento das mudanças e antecipação dos impactos destas para a empresa. Com uma sociedade mais democrática onde as pessoas se manifestam e se organizam livremente e assim também, cobram mais por seus direitos, a postura das organizações tende cada vez mais a se caracterizar para a abertura ao diálogo.
 Destarte, a comunicação institucional deve estar em sintonia com os grandes temas mundiais e atualizar-se constantemente em relação às novas tecnologias. Percebe-se que a comunicação já não é somente informativa, agora é preciso que ela esteja dialogando diretamente com o meio social e conciliando interesses.
A nova comunicação  se desafia a ser um elo de ligação entre pessoas e empresas, promovendo o feedback e sempre levando em consideração o contexto a que se dá o processo de interação entre esses. 
Assim surge o chamado espaço comum, onde a comunicação administra os interesses, as divergências. Desta forma, valoriza-se a intersubjetividade entre os sujeitos onde se dá a construção de sentidos e se faz possível o alcance de resultados a partir dessa troca. Nessa égide, a comunicação face a face  se destaca como uma ferramenta primordial para a edificação do entendimento e dos benefícios recíprocos entre organização e público, pois na sociedade contemporânea não há mais espaço para o autoritarismo e para a verticalidade nas relações organizacionais. 
Cada vez mais se exige transparência nas ações. Assim, a estratégia é fator imprescindível para uma organização se posicionar perante a sociedade demonstrando qual a sua razão de ser. E, esta estratégia compreende saber analisar integralmente o cenário e a partir desta leitura, agir construindo sua história, nunca esquecendo de olhar o passado o qual a organização têm sua raízes. 
Este é o papel que os profissionais da comunicação têm a incumbência de desempenhar em uma organização: inserir-se na cadeia das decisões, ser gestor da comunicação, aproximar público e organização em um  diálogo transparente, propor políticas, executar ações, acompanhar o cenário e as mudanças decorrentes da aplicação de um planejamento estratégico.
Para tal, os comunicadores, bem como as lideranças no geral precisam ter uma visão que aceita a pluralidade humana de ideias e saiba conviver com esta diversidade de opiniões e habilidades. Ademais, é necessário que se esteja aberto à mudanças e que se estimule a autonomia das pessoas. Assim, é imperioso que haja por parte dos profissionais de comunicação e líderes, coerência no que tange ao seu discurso e ação. 
Na sociedade moderna, não há organização que se afirme por muito tempo se sua prática não estiver em consonância com seu discurso. Por isso, é válido ressaltar que a comunicação interna deve estar integrada com a comunicação externa, de modo a alinhar as ações e visões da organização com o seu público, pois será muito pouco eficiente traçar ações internas que vão ao desencontro das externas ou vice versa. Isso acaba descaracterizando a identidade e imagem de qualquer organização.
Em suma, na sociedade da informação, as organizações tendem cada vez mais a interagir diretamente com seus públicos estabelecendo uma comunicação simétrica e atuando de forma mais responsável em decorrência do novo perfil de público-cidadão, agora munido de maior conhecimento e liberdade de organização.
 O profissional da comunicação exerce o papel estratégico de criar o espaço – comum onde a comunicação promova o entendimento e o diálogo, conciliando interesses entre as diversas visões que se “chocam” no mundo do trabalho.
                    

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