Essa poesia eu escrevi a alguns anos, antes de vir para Porto Alegre...
Nada como ser borboleta colorida
que voa traçando seu próprio caminho
Que passa deixando somente a
beleza de sua impressão
Que parte levando somente um
pouco mais de liberdade do pouso de então
Que em cada parada se agrega no
voo da libertação
Nada se compara à borboleta que
voa e se expande
Não se preocupa em levar do lugar
que partiu mais que a sua liberdade de seguir
Livre, serena e liberta na
persistência da vida encantar e florir
Com as cores da autenticidade que
só quem é liberto pode usufruir
Cores que não se comparam com
essas misturas que fazem ai
Livre é a borboleta que voa e não
deixa a vida lhe desbotar
Com essas tantas lavagens na alma
tentando diariamente os voos parar
Insinuando que a mistura de cor
da liberdade é prejudicial ao andar
Vida que pregam, liberdade
massacrada que insinua para não sair jamais do casulo e achar que a vida é isso
daí
Acomodar-se com a escuridão e as
migalhas que jogam para a gente sorrir
Viver nessa depreciação e achar
que não há nada pra descobrir
Definhar lentamente achando a
felicidade é se auto inibir
Livre e feliz é a borboleta, que
não se deixa alienar, por essa sociedade que faz a gente
Envergonhar-se do voo que lateja
lá dentro que poderia fazer-nos virar
Borboleta que vê que a vida não é
o casulo o lugar para morar
Por isso eu ainda vou ser
borboleta liberta sem nada a me prender
Levando a cor que nasceu comigo e
me faz distinta ser
Buscando nada mais que a
permanência do voo liberto, para sempre borboleta, poder me manter.