A
inclusão digital derrubou as barreiras de espaço e tempo entre os indivíduos e,
ademais, tornou a comunicação pela internet algo inerente ao cotidiano pessoal.
O Brasil é um dos países com maior
crescimento em acesso à rede. Atualmente
as pessoas acessam a internet para ler e fazer postagens tanto de casa, como do
trabalho, praia, parque, dos locais em
que passeiam e visitam. Fazer um login, tirar um foto, ler um post,
compartilhar ou comentar, é algo intrínseco à rotina dos brasileiros
beneficiados com o acesso digital.
Hoje, em qualquer empresa, de pequeno ou
grande porte, pode faltar água para oferecer mas não, a senha do Wifi, tão
vital que a internet se tornou em nossa cotidianidade. Se, para a pessoa “comum” ela ocupa papel
central, para os profissionais, em especial os de comunicação, é
imprescindível. Aliás, as empresas, tanto de comunicação como de outros
segmentos, investem cada vez mais no meio digital, tamanha a importância do
online na atualidade. Para os
profissionais de comunicação a internet é a principal aliada na rotina de
trabalho, pois, permite a divulgação momentânea dos fatos, maior alcance das
notícias e de público, além de proporcionar interação com os leitores. Numa
época jornalística em que a instantaneidade é a palavra de ordem sendo que, o
próprio presente se torna obsoleto em uma questão de minutos, ou de posts, a
falta de internet é algo inconcebível para profissionais e organizações, pois,
além de impossibilitar o trabalho, significa também, perda de visibilidade para
qualquer fato.
Esse
foi o contexto vivenciado pelos profissionais de comunicação que tiveram a
incumbência de fazer a cobertura da 37ª Expointer, ocorrida entre os dias 30 de
agosto a 07 de setembro de 2014, em Esteio, RS. A falta de acesso à internet no
local causou prejuízos aos profissionais, danos à imagem do evento, bem como,
perdas tangenciais no que se refere à possibilidade de visibilidade estendida pelos
próprios visitantes que, tão costumeiramente, chegam aos locais, fotografam,
postam nas redes sociais, compartilham e curtem, o que gera engajamento e
publicidade gratuita para qualquer acontecimento.
Em
se tratando de um evento de majestoso porte e tradição como é a Expointer, o
acesso à internet deveria ser algo tão natural como os serviços de banheiro, de
credenciamento ou de comercialização, por exemplo. Numa feira com 37 anos de história é tão
sábido da normalidade da presença de centenas de profissionais de comunicação,
tanto de veículos como de empresas expositoras, quanto o fato de que eles
necessitarão divulgar sua cobertura e, nesse caso, no ano de 2014, divulgar é
sinônimo de internet.
Quem
conseguiu veicular conteúdo atualizado da feira, com raras exceções, teve que
sair do parque de exposições, se dirigir ao local de trabalho ou à sua própria
casa, para visibilizar os fatos. Como
profissional de comunicação, em um primeiro momento eu não acreditei na
possibilidade de não ter internet no lugar, depois, pensei que seria reparado
urgentemente, por fim, indignei-me e me “virei” como pude para transmitir
informação, ou seja, trabalhei duplamente, de dia no Parque de Exposições Assis
Brasil e, de noite em casa, sem “obedecer” a “regra” da instantaneidade das
coisas, cabe destacar. Hoje, passado o fato, vejo que o maior prejuízo da falta
de internet foi da própria Expointer que perdeu a chance de expandir o evento
para além das fronteiras físicas, seja através da imprensa ou dos próprios
visitantes.
Para Taline Schneider, assessora de imprensa
da presidência da Emater/RS, não ter internet na feira, prejudicou tanto os
jornalistas quanto o público. “Foi um caos total. Os jornalistas “penaram”
porque precisavam postar fotos e notícias com instantaneidade e não conseguiam.
Os visitantes não conseguiam acessar nada. Nem sinal de telefone havia. De duas
operadoras de telefone diferentes, Tim e Vivo, nenhuma estava funcionando, toda
a comunicação estava impraticável”, ressalta ela. Taline, também só conseguiu postar a
cobertura, à noite, de casa. “Me senti no meio da lavoura do interior do
interior do Rio Grande do Sul. Teriam que ter se preparado para oferecer mais
velocidade para tanta gente, pois, não adianta disponibilizar o serviço,
mostrar que tem sinal e não permitir conexão” desabafa a jornalista.
Prejudicou
muito o trabalho, salienta a jornalista Aline Rodrigues da Cresol Central. “
Atrasou as publicações e atualizações em sites e redes sociais. Tendo em vista
que hoje a instantaneidade se faz necessária, em pleno ano de 2014, para uma
feira deste tamanho, não ter internet é algo inconcebível”, diz Aline.
A
jornalista Anahi Fros, assessora parlamentar também relata os prejuízos
profissionais com a falta de internet. “Estive na 37ª Expointer em duas
ocasiões. Na primeira, já havia tido grandes dificuldades de fazer ligações, um
problema bastante complicado, já que sou assessora de comunicação de um
deputado estadual. Na segunda, fazia a cobertura da solenidade de abertura
oficial do Pavilhão da Agricultura Familiar, com a presença do governador Tarso
Genro e do então ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto. Precisava
colocar as fotos imediatamente nas redes digitais do parlamentar com o qual
atuo, mas foi impossível, pois a internet igualmente não funcionava no local.
Resultado: as imagens e textos tiveram de ser inseridos nos canais de
comunicação tarde da noite, horas depois do ocorrido. Algo difícil de explicar
em tempos de conectividade e agilidade de informações”, aponta Anahi.
Em
suma, a falta de inclusão digital no parque, prejudicou os profissionais e empresas,
impossibilitou a expansão da visibilidade da feira pelos visitantes e, acima de
tudo, no contraponto do sucesso de vendas e visitas desta edição, deixou a
marca negativa de retrocesso digital, fato, inconcebível para 2014 e, para o
porte do evento.
Texto: Fabiane Altíssimo
Depoimentos:
Jornalista Aline Rodrigues - Cresol Central
Jornalista Anahi Fros - Assessora Parlamentar
Jornalista Taline Schneider - Assessora da Presidência da Emater
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