Essa semana eu conheci a Lua. E quase
que na pressa tão peculiar dessa cidade cinzenta, eu a deixo passar por mim
despercebida, apesar do seu brilho aparente.
A lua andava ligeiro, de um lado e pro outro, e assim, me fisgou atenção,
e conduziu meu andar para vê-la mais de perto. Aproximei-me dela e com um iluminado
olhar ela dirigiu-se à mim. Um pouco me
dava atenção, outro instante, agradava seu dono como se me dissesse - eu sei
que você me percebeu e me quis bem, mas preciso iluminar de carinho quem cuida
de mim. Eu entendi, e fitei meus olhos a contemplar a Lua. Ela corria
ao seu colo, lambia seus dedos, fazia
peraltezas, típicas de uma criança pequena.
Dei dois passos a frente, aproximei-me
mais e, indaguei ao dono da Lua: Como conseguiste essa Lua tão bela para
você? - Comprei da rua! Respondeu-me
orgulhoso ele. E complementou: - Agora eu cuido dela e depois quando ela
crescer, ela cuida de mim, porque eu moro na rua e só tenha a Lua!
Ofereci uma moeda para o dono da
Lua e disse: cuide bem dela e, que ela te cuide sempre! E assim, despedi-me naquela tarde cinzenta,
pedindo a Deus que a Lua ilumine os passos do pobre e rico homem da rua, o qual
nada de material possuí, mas afinal, o que é mais grandioso que o amor da sua
Lua?
Foi assim que dobrei a esquina,
depois de dialogar com o mendigo e sua cachorrinha “Lua”, ainda menina.
Para sempre torcerei que a Lua
ilumine os passos e a vida sombria daquele homem que deposita os sonhos na laje
da rua fria. E que a Lua possa ser luz e lhe e lhe iluminar de amor, mesmo nas tempestuosas noites que sua
alma latejar na escuridão desse mundo desumano.
.... Sem mais para hoje...
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