segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O mendigo que comprou a Lua


Essa semana eu conheci a Lua. E quase que na pressa tão peculiar dessa cidade cinzenta, eu a deixo passar por mim despercebida, apesar do seu brilho aparente.  A lua andava ligeiro, de um lado e pro outro, e assim, me fisgou atenção, e conduziu meu andar para vê-la mais de perto. Aproximei-me dela e com um iluminado olhar ela dirigiu-se à mim.  Um pouco me dava atenção, outro instante, agradava seu dono como se me dissesse - eu sei que você me percebeu e me quis bem, mas preciso iluminar de carinho quem cuida de mim. Eu entendi, e fitei meus olhos a contemplar a Lua.  Ela corria ao seu colo, lambia seus dedos,  fazia peraltezas, típicas de uma criança pequena.
Dei dois passos a frente, aproximei-me mais e, indaguei ao dono da Lua: Como conseguiste essa Lua tão bela para você?  - Comprei da rua! Respondeu-me orgulhoso ele. E complementou: - Agora eu cuido dela e depois quando ela crescer, ela cuida de mim, porque eu moro na rua e só tenha a Lua!
Ofereci uma moeda para o dono da Lua e disse: cuide bem dela e, que ela te cuide sempre!  E assim, despedi-me naquela tarde cinzenta, pedindo a Deus que a Lua ilumine os passos do pobre e rico homem da rua, o qual nada de material possuí, mas afinal, o que é mais grandioso que o amor da sua Lua?
Foi assim que dobrei a esquina, depois de dialogar com o mendigo e sua cachorrinha “Lua”, ainda menina.  
Para sempre torcerei que a Lua ilumine os passos e a vida sombria daquele homem que deposita os sonhos na laje da rua fria. E que a Lua possa ser luz e lhe e lhe iluminar de amor, mesmo nas tempestuosas noites que sua alma latejar na escuridão desse mundo desumano. 
.... Sem mais para hoje...

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