terça-feira, 26 de março de 2013

A Complexidade Necessária


O que somos nós senão a complexidade dos teares que estabelecemos durante a composição de cada fio de nossa vida?
 

Desde que nascemos, vamos nos compondo de misturas do mundo em que estamos inseridos.

E só somos singulares porque a nossa edificação se entrelaça  com tantas outras singularidades que se firmaram de outros laços

Então jamais poderemos visualizar um ser puro, nem, entender  pela visão, a sua biografia pois  todos nós somos uma construção que se liga profundamente com os outros, pelo tecer da existência que se edifica a cada dia

Por isso, o olhar que precisamos lançar para ver o mundo é o da complexidade, capaz de infiltrar-se profundamente nas entranhas das histórias e perceber a trama de cruzamentos que compôs cada uma

Mas este olhar, deve ser necessariamente , um contemplar absorvedor, que não se nega a ver e entender o que aos olhos lhe causa ardor

Para visualizar o próximo sob essa óptica é vital despir-se de todo o preconceito, de toda forma de estereotipação  que embaça a visão

O olhar complexo permite avistar o que é de mais real e profundo de cada ser pois ele é capaz de apreciar no submerso de cada história,  todos os caminhos tomados, as ligações destes com outros, os contextos dessas estradas e os porquês desses cruzamentos que compõe o sujeito e seu modo de viver

E depois de emergir de um olhar complexo, nossa própria história já não será mais a mesma porque já se modificou na viagem de entender o próximo

Então, não será este um exercício essencial para engrandecer nosso olhar e pararmos de pre conceituar e reduzir os outros?

Não será a complexidade uma alternativa para fugir do funil que aprisiona nossa visão?

 Não estamos a ver a vida, e o nosso semelhante, debruçados na simplicidade de nossa janela estreita e linear?

Se somos seres complexos, por que  essa limitação?

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